A Guerra (1914 – 1918) – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, 7 de novembro de 2002

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Veja entrevista de Ruy Mesquita sobre “A Guerra (1914-1918)”, de Julio Mesquita

TV Assembléia

O jornalista Ruy Mesquita Filho, convidado especial da TV Assembléia,participa do programa Assembléia Documento desta sexta-feira, às 21 horas. A apresentação é de Jorge Machado.

Ruy Mesquita comenta todo o material guardado a sete chaves por seu bisavô Julio Mesquita no período de 1914 a 1918, relatado no livro A Guerra (1914-1918) . Também participam do programa o historiador José Alfredo Vidigal Pontes, consultor geral da publicação, e a editora executiva da Terceiro Nome, Mary Lou Paris, além do deputado estadual Cesar Callegari, do PSB. Você vai ficar sabendo como telegramas e fotos se transformaram numa grande obra.

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A Guerra (1914 – 1918) – Pernambuco.com, 4 de maio de 2003

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Testemunho de civilização e barbárie

Livro reúne artigos de Júlio Mesquita (1862-1927) para o Estadão sobre a Primeira Guerra

Mário Hélio
ESPECIAL PARA O DIARIO

“Há também o estado de guerra com a Alemanha, mas já antes disso a dor fazia sofrer”. O desabafo do jovem poeta português Fernando Pessoa, escrito numa carta, de 14 de março de 1916, alude à guerra começada dois anos antes, a primeira a mostrar superlativamente que civilização e barbárie estão mais próximas do que julgava o eurocentrismo tão cioso de si na época. Uma interpretação muito especial desses fatos decisivos para a história da humanidade é A Guerra (1914-1918), de Júlio Mesquita, que será lançado, às 19h, nesta segunda-feira, na sede da União Brasileira de Escritores (rua Santana, Casa Forte), com a presença do bisneto do autor, Ruy Mesquita Filho.

Publicado no ano passado pela editora Terceiro Nome, em 920 páginas (quatro volumes de luxo, muito bem ilustrados), o livro reúne os artigos de análise da Primeira Guerra escritos por Júlio Mesquita,que foram publicados por mais de quatro anos todas as segundas-feiras no jornal O Estado de S. Paulo. Há também uma versão do livro em CD-Rom, que custa R$20,00. Os quatro volumes juntos saem por dez vezes esse preço.

Fernando Portela e Jorge Alfredo Vidigal Pontes trabalharam na seleção do material, todo recolhido das páginas do Estadão, e que conservam um tal vigor que é como se o leitor viajasse àquele tempo e pudesse não só olhar de modo frio os acontecimentos da guerra, mas comover-se e enojar-se com o conflito, como talvez já não o faça diante da cobertura quase asséptica e até cínica dos jornais nos conflitos recentes. O especialista em Primeira Guerra, Fortunato Pastore, analisa cada um dos anos da guerra no livro, Jorge Caldeira avalia a contribuição de Mesquita ao jornalismo brasileiro e Napoleão Sabóia estuda a evolução da fotografia (o livro é fartamente ilustrado com fotos, mapas e desenhos).

  A sensibilidade do autor faz com que o “o olhar distanciado” com que ele constrói a sua reflexão sobre uma guerra que acontecia tão distante do Brasil seja percebida com uma visão quase profética em vários momentos. Certas antecipações e agudezas de interpretação é que fizeram, recentemente, em mesa-redonda em Paris, antropólogos franceses julgarem estar diante de uma leitura original do conflito que definiu provavelmente os rumos do século XX, e com coisas a ensinar talvez aos próprios europeus que a protagonizaram.

1914 é ano-chave do século passado. Para o historiador Eric Hobsbawm, seria a verdadeira data do início do século XX. Mas o livro de Mesquita aponta para além da guerra que é o seu objeto, prenuncia a Segunda. Embora despretensiosos, os artigos abrangem uma grande variedade de temas diretamente relacionados com o seu assunto, como diplomacia, geografia e propaganda etc.

Ruy Mesquita Filho, que apresenta o livro, afirma que no Estadão o País pôde ler a verdadeira dimensão da agonia daquela guerra. No prefácio, Gilles Lapouge diz que o olhar de Mesquita era globalizante e vivo: “Mesquita pinta. Explica. Dá todos os elementos. Acumula informações. E dramatiza. Mas, ao mesmo tempo, é mais do que jornalista”.

Júlio Mesquita (1862-1927), que era advogado de formação, estreou no jornalismo no ano em que se abolia a escravidão no Brasil, no velho A Província de São Paulo. Tornou-se logo dono do jornal e mudou o nome para o atual O Estado de S. Paulo. Atuou também na política, havendo sido deputado estadual e federal, e senador.

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A Guerra (1914 – 1918) – Folha da Região, 1º de novembro de 2002

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A Guerra, por Julio Mesquita

Durante quatro anos – de agosto de 1914 a outubro de 1918 – o jornalista Julio Mesquita escreveu uma análise semanal, jornalística e reflexiva, sobre a Primeira Guerra Mundial, no jornal O Estado de S. Paulo, do qual foi o seu primeiro diretor.

Julio Mesquita “é o cronista que vê a guerra de longe, distante do palco do conflito”, segundo análise publicada pelo Observatório da Imprensa, a propósito da obra “A Guerra 1914-1918”, em 4 volumes e em CD-Rom, co-edição O Estado de S. Paulo/Editora Terceiro Nome, São Paulo, 2002.

“Exatamente por vê-la de longe, consegue mostrá-la com a exatidão e a isenção que só o distanciamento permite. Quando a guerra estourou, o desafio de informar e, principalmente, explicá-la aos leitores do jornal foi assumido por ele.

Suas crônicas, reencontradas recentemente durante uma pesquisa para escrever a história do Estado, formam o único documento brasileiro – e um dos poucos em língua portuguesa – sobre o fato mais importante do início do século 20, com repercussões que até hoje vivenciamos”, informa o Observatório.

A edição é assinada por Ruy Mesquita Filho, bisneto de Julio Mesquita. Cada ano da guerra é apresentado por um texto específico, assinado pelo historiador Fortunato Pastore. O jornalista e escritor Gilles Lapouge, correspondente do Estado em Paris, assina um texto sobre a importância das crônicas de Mesquita. O jornalista Napoleão Sabóia, também correspondente do jornal em Paris, escreve sobre a evolução da fotografia durante o período, e o historiador Jorge Caldeira sobre o papel de Julio Mesquita na história do jornalismo brasileiro. As legendas são de Antonio Buarque Ferreira.

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A Guerra (1914 – 1918) – ISTOÉ Online, 7 de novembro de 2002

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Crônicas da Grande Guerra

Livros, exposição de fotos e CD-ROM rememoram o conflito que devastou o mundo entre 1914 e 1918

Luiza Villaméa

Ao contrário da maioria dos jornalistas de seu tempo, que adorava rebuscar o texto, Julio Mesquita escrevia de forma simples e direta. Em agosto de 1914, quando a Grande Guerra estourou na Europa, quis escrever crônicas semanais sobre o conflito, que todos imaginavam estar terminado em poucos meses. No entanto, após abertas, as trincheiras não pararam de proliferar. A guerra, que matou oito milhões e deixou outros 21 milhões mutilados, se arrastou por quatro longos anos. Primeiro diretor do jornal O Estado de S.Paulo, Julio Mesquita jamais esmoreceu na publicação de suas análises, sempre às segundas-feiras. A última da série é assinada em outubro de 1918. Distante do teatro de operações, ele acabou produzindo uma obra de fôlego, a única do gênero no Brasil. Noventa anos depois, a coleção A guerra (1914 -1918) (O Estado de S.Paulo/Terceiro Nome, quatro volumes, total de 920 págs., R$ 200) reúne todas as crônicas em edição primorosa ilustrada com fotografias, mapas e desenhos. Nesta  semana, também acontece o lançamento de uma versão do trabalho em CD-Rom, além de uma exposição de fotografias no Sesc Pompéia, em São Paulo. A partir daí, todos os livros poderão ser acessados livremente pelo portal do jornal (www.estadao.com.br).

O resgate da principal obra jornalística de Julio Mesquita se deve ao também jornalista Ruy Mesquita Filho, que reencontrou as crônicas de seu bisavô durante uma pesquisa sobre a história do jornal. Relativos ao ano de 1914, os textos já haviam sido editados em livro, em 1920, por amigos do jornalista, que pretendiam homenageá-lo, mas tiveram de interromper a iniciativa. “Ele era contra qualquer tipo de promoção pessoal”, conta Mesquita Filho. Os arquivos de O Estado de S.Paulo, porém, haviam conservado intactos exemplares da antiga edição, que Mesquita Filho leu sem parar, durante o réveillon de 2000. “Além da descrição da
guerra em si, o que mais me impressionou e me deu prazer foram suas observações sobre a história da humanidade, o horror que demonstrava pelo que estava ocorrendo e seu profundo desprezo por todo tipo de militarismo.” Ao decidir partilhar a experiência com outros leitores, o representante da nova geração dos Mesquita acabou trazendo à tona uma documentação de grande importância histórica.

As crônicas foram editadas tal qual escritas na época, afirma Mary Lou Paris, da editora Terceiro Nome. “Fizemos apenas a atualização ortográfica. O texto está na íntegra.” Cada livro, relativo a
um ano da guerra, conta com uma introdução do historiador Fortunato Pastore. Outros especialistas convidados a participar também ajudam a entender a dinâmica do período. Para relatar um conflito que devastou a Europa, o próprio Julio Mesquita dependia apenas dos telegramas diários que recebia do estrangeiro. Em diversas passagens, revelou-se profético. “O fogo, em toda a linha de combate, é mais nutrido, mas ainda não chegou ao grau de violência que, de meados de abril em diante, deve dar à guerra novo e mais terrível aspecto”, escreveu em 22 de março de 1915. A Primeira Guerra Mundial, como seria posteriormente conhecida, iniciou-se sob o signo da euforia patriótica e com a expectativa de acabar em meses. Em pouco tempo, contudo, a mescla da tecnologia bélica com mobilização em massa e inépcia militar transformou o conflito numa carnificina interminável, na qual metralhadoras e gases venenosos ceifavam milhões de vidas, bombardeios destruíam cidades e civis eram massacrados. Depois de quatro anos de destruição, a ordem européia pós-napoleônica veio abaixo com a queda dos impérios alemão, austro-húngaro, russo e otomano. As cicatrizes do conflito foram tão profundas que geraram os fascismos, a grande recessão e, finalmente, a Segunda Guerra Mundial.

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A Guerra (1914 – 1918) – Folha de S. Paulo (Ilustrada), 30 de novembro de 2002

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Julio Mesquita leva o leitor aos infernos da Primeira Guerra

ROBERTO ROMANO 
ESPECIAL PARA A FOLHA

“Hoje precisamos lançar um apelo: que venha o homem capaz de produzir um belo medo em nossa existência” (Heidegger, 1929). Esta frase, publicada na sequência da Primeira Guerra, revela um imaginário terrorista. É por tal motivo que Norbert Elias dedicou “Os Alemães” ao vínculo do terror com o nacionalismo germânico. O terrorista vive do medo e o espalha.

Heidegger saúda o pânico enquanto belo, numa estetização do mal que integra as pregações nazistas. A cantilena sobre a “superioridade” alemã, do plano racial à cultura, despertou a morte, enterrada nas lembranças da guerra, e ampliou seu reino em matanças inauditas.

Heidegger leu Empédocles. Ele percebeu o horror quando apelou para o medo gerado por um homem providencial. O filósofo esqueceu “apenas” as denúncias contra a guerra feitas pelo pré-socrático: “Não cessareis a carnificina odiosa? Não vedes em que loucuras descuidadas vos estais a consumir uns aos outros?”.

E, hoje, G.W. Bush ainda delira com a “superioridade” americana e se julga no direito de jogar bombas e gente armada no planeta. Ele e os terroristas definem a “razão” de Estado com frases feitas.

É nesse contexto que surge, em nova edição, o livro de Julio Mesquita (1862-1927). A obra contém os boletins semanais sobre a Primeira Guerra escritos pelo jornalista e publicados, entre 1914 e 1918, em “O Estado de S.Paulo”, jornal do qual foi publisher. Ao longo das 920 páginas, divididas em quatro volumes e recheadas por fotos, Mesquita expõe os fatos guerreiros com objetividade e prudência e escreve frases justas sobre a barbárie dos combatentes.

Nas linhas finais, diz: “Somos homens, e o célebre verso latino, uma vez lido, nunca mais nos saiu da memória: não queremos ser estranhos às coisas humanas, principalmente às que, com tanta evidência, põem em jogo os altos destinos da humanidade. Somos brasileiros. Vimos a nossa terra quase nas garras de uma casta de assalto e de rapina (…). O pangermanismo por terra, somos, sem ameaças, um povo independente. Resta que o saibamos ser no concurso internacional, incruento e civilizador que se vai abrir”.

Cada frase do trecho citado está cheia de correto sentido lógico e histórico. Menos a última. O concurso internacional se mostrou tudo, menos civilizador ou incruento. Depois dos milhões de cadáveres da Primeira Guerra, milhões de cadáveres surgiram na Segunda. E logo ali, na esquina dos tempos, vislumbramos, no século 21, outros milhões.

Mesquita mostra, no livro, ser um jornalista erudito em filosofia e literatura. Ele não se descuidou das informações teóricas sobre a guerra e sobre a história, recorrendo aos dados sobre o comércio, as ciências e as técnicas.

Amigo dos franceses, apreciou com isenção os alemães, mesmo nos instantes em que eles desfilavam arrogância. Também soube julgar os ingleses, desde suas táticas de guerra até o comércio colonial. Dos russos, soube captar as mais escondidas dobras da alma. Ele não se enganou com os norte-americanos e captou a importância que teriam a partir dali.

Jornalista, Mesquita não superestima a imprensa. Ele define seus artigos como partes de um “despretensioso boletim, em que se não dão soluções, nem se ditam sentenças, mas somente se procuram explicações plausíveis”. O “plausível” se atinge com dados, pesquisa, saber. E ao leitor fica a autonomia para julgar. O jornalista, diz Mesquita, afasta a “pura invencionice da legião dos noveleiros, de imaginação inesgotável” e dissolve os “tremendos disparates” lançados pelos governos.

A leitura de “A Guerra” traz lições para todos, e serve como desagradável descida aos infernos guerreiros. Quem não perdeu a consciência e se acautela diante das imagens da CNN percebe a relevância do presente resgate de um grande texto jornalístico. Enquanto no Brasil se acumulam os processos judiciários para calar a imprensa, recordemos a dignidade do jornalismo. Este livro cumpre de modo perfeito essa função.

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A Guerra (1914 – 1918) – O Estado de S. Paulo, 31 de outubro de 2002

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“Chega às livrarias no começo de novembro A Guerra (1914-1918), com os relatos do jornalista Julio Mesquita sobre a Primeira Guerra Mundial. Em quatro volumes, fartamente ilustrados com fotos, desenhos e mapas, o livro é uma co-edição do jornal O Estado de S. Paulo e da Editora Terceiro Nome. Traz os artigos semanais que o jornalista publicava regularmente às segundas-feiras, com seus comentários escritos no calor da hora sobre o conflito.

Julio Mesquita, primeiro diretor do jornal O Estado de S. Paulo, é o cronista que vê a guerra de longe, distante do palco do conflito. Mas, exatamente por isso, consegue mostrá-la com isenção. Quando a guerra estourou, o desafio de informar e, principalmente, explicá-la aos leitores do jornal, foi assumido por ele. ”

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A Guerra (1914 – 1918) – Observatório da Imprensa

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“Durante quatro anos – de agosto de 1914 a outubro de 1918 – o jornalista Julio Mesquita escreveu uma análise semanal, ao mesmo tempo jornalística e reflexiva, sobre o desenrolar da Primeira Guerra Mundial. Julio Mesquita, primeiro diretor do jornal O Estado de S.Paulo, é o cronista que vê a guerra de longe, distante do palco do conflito. Mas, exatamente por vê-la de longe, consegue mostrá-la com a exatidão e a isenção que só o distanciamento permite.”

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A Guerra (1914-1918), Observatório da Imprensa

“Durante quatro anos – de agosto de 1914 a outubro de 1918 – o jornalista Julio Mesquita escreveu uma análise semanal, ao mesmo tempo jornalística e reflexiva, sobre o desenrolar da Primeira Guerra Mundial. Julio Mesquita, primeiro diretor do jornal O Estado de S.Paulo, é o cronista que vê a guerra de longe, distante do palco do conflito. Mas, exatamente por vê-la de longe, consegue mostrá-la com a exatidão e a isenção que só o distanciamento permite.”

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